quarta-feira, 29 de abril de 2009


Samantha tinha os olhos tristes. Observou a cortina da janela com esses mesmos olhos. Estava suja, manchada, como o vermelho em suas mãos. Ela não sabia o que fazer.

Não sentia dor, nem agonia, apenas tristesa por saber que uma cortina tão branca e limpa podia sujar-se com um leve toque de suas mãos pequenas. Ela não sabia o que fazer.

E ainda havia aquele ser em suas mãos. Samantha não queria machucá-la, ela o fez sem a mínima intenção. "Mas também como poderia defender-se?"; pensou ela. "Mais cedo ou mais tarde, ela iria se machucar...".

"O feito está feito". Mas a tristeza em seus olhos revelava que não era exatamente assim que ela pensava, pelo menos não com essa fria firmeza. "Já que não posso voltar atrás vou dar-lhe meu maior sonho".

E assim, Samantha levantou-se do chão branco e frio, afastou um pouco a cortina, sujando-a ainda mais, pôs suas mãos pra fora da janela do décimo sexto andar e fez com cada pétala da rosa vermelha, machucada, que carregava em suas mãos voasse até onde seus olhos poderiam alcançar...

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