quarta-feira, 5 de maio de 2010

De olhos fechados

Gosto de falar sobre os sentidos.

O cheiro. Como resistir a um bom café, independente de hora e ocasião. Nossa fome. O quão ela é influenciada por cheiros diferentes... Falo nos dois sentidos. Aquele aroma de frango assado vindo do quintal do vizinho de trás, denunciando um churrasco daqueles! O seu cheiro na minha fronha. A fome!

O tato. O leve deslizar de mãos suaves no nosso corpo, um cafuné. Um abraço, por mais rápido, um forte abraço. E junto com o abraço... o cheiro. Ainda sinto. Ainda reconheço quando passo nas ruas. Sei que é o seu.

O som! Aaaah, o som! Aquele violão distante... a voz de Tom York, mansa, acompanhando o ressonar das cordas do violão... um arrepio na nuca... e mais uma vez: o tato!

Não consigo lhe ouvir. Não sinto seu cheiro a essa distância. Não tenho fome sem o seu cheiro. Só o pensamento em você não me arrepia. Não tenho você. Não sinto vontade de te ter. Não agora.

Gosto de falar nos sentidos. Simplente porque eles me resumem.


Eu lírico - Samantha

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