domingo, 30 de maio de 2010

"Rendar-se"


...Porque é de forma diferente
menos intensa, transparente
Lúdico, cômico, cativante
Sem parâmetros, excitante...

Meu Deus, impeça esses olhos de me chamar como eu acredito que eles me chamam.
Não vos deixe aproximar-se. Não permita que corrija sua boca com os traços dos meus lábios.
Não deixe que escape minha vontade de tê-los.

...Porque são olhos que não me pedem nada
Mas também nem precisam pedir
Supostos desejos ocultos, deixe fluir

E não há nada mais singelo. E não há também quem não o diga.
E, às vezes, me dói. E tenho a mesmo dó.
E cola. E prende. E seca. E arde.
E é progressivo. Basta!

Os braços em volta do corpo. Os dedos envoltos nos cabelos.
Como um tecido suave, renda fina. Uma segunda pele.
É quase música.
Quase posso ouví-la.

É por isso que me sinto assim, completamente desarmada.

3 comentários:

  1. Muito bom, Flor.
    Fiquei de bobeira quando li...

    Parabéns...

    ResponderExcluir
  2. Minha amiga! Se eu lia Florbela Espanca, a própria Cecília Meireles, agoro posso dizer que tenho mais uma escritora a somar na minha coleçao.
    Uma boa voz e uma boa poesia... Um par perfeito viu! Gostei do poema acima, ele me deu um tiro de intensidade... TA O PIPOCO DO TROVÃO, rs.

    ResponderExcluir